AUTOENGANO, PORQUE VOCÊ SE ILUDE TANTO?
Ainda penso muito sobre porque aceitamos nos tornar escravas do nosso pensamento.
Vi, claramente, isso acontecer repetidas vezes sem, ao menos, eu tentar impedir. Sempre havia um pretexto: ou eu estava estressada com questões familiares; ou eram as contas da minha compulsão por compras que chegavam e me tiravam o sono; ou estava frustrada por alguma coisa boba ou nem tão boba assim, mas que já não tinha volta; ou eu estava muito chateada por ter subido na balança e visto meu peso subir; não importava qual fosse o motivo que me havia me deixada angustiada e ansiosa, ele sempre era um pretexto para comer.
E apesar de totalmente consciente, era automático. Por várias vezes eu colocava a voz da razão no volume mínimo para dar ouvidos à minha compulsão. E se viessem falar qualquer coisa, lá estava eu na defensiva e com o meu discurso prontinho para contra-atacar – mesmo que lampejos de lucidez viessem à tona, eu apertava a tecla “mute” e seguia comendo.
As consequências eram sempre as mais danosas possíveis, desde dores físicas até as mais terríveis dores de consciência que sempre me deixava enfraquecida e pronta para comer novamente.
Algumas vezes eu criava planos para fazer ser diferente e dormia certa que desta vez faria acontecer, mas bastava uma dor de estômago mais chata (consequência da orgia alimentar), para eu acreditar que precisava comer algo e, daí pra frente, era mais um dia perdido.
Sobre a atividade física então, nem te conto, era quase um parto. Pensar em colocar aquela roupa colada, um tênis com meia nesse calor de Brasília e ir para um lugar fechado era tão torturante que, mesmo que eu não fizesse nada no dia, arranjava pretextos e milhares de pequenos afazeres para justificar a minha falta de tempo.
É bem isso que a gente faz, a gente inventa urgências e mil coisas para fazer e, muitas vezes, não faz quase nenhuma delas, só para fugir do ato de exercitar. E como se não bastasse eu ainda usava a estatística de que 70% dos resultados que eu pretendia no emagrecimento seriam devido à alimentação e, apenas 30% eram atribuídos à atividade física, então, pra que malhar, não é mesmo?
Eu já me enganei muito e, de vez em quando, ainda me pego querendo montar armadilhas, mas por sorte uso ferramentas que me fazem voltar.
O “mais ou menos” nunca levou ninguém a lugar algum, assim como o: “depois eu faço”, ou “deixa para amanhã” e toda sorte de boas desculpas que usamos.
É difícil? Não tanto quanto a gente imagina. É chato? No começo é, porque não tem a empolgação do resultado instantâneo – não no desenho do corpo, porque na autoestima, só o fato de realizar coisas que estavam sendo proteladas há tempos, traz junto uma sensação incrível – e que você só vai sentir ao fazer.
Então, pare de se aprisionar em sua mente, pare de querer acreditar que existirá um dia perfeito, pare de esperar pela consulta ou pelo dinheiro, pare de acreditar que são os hormônios, pare de falar que você não nasceu pra isso ou para aquilo e comece uma jornada diferente. Porque é a soma de pequenas realizações que trarão os resultados que você tanto deseja.


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