O FERRO E A SUA SAÚDE!


Se você tem se sentido exausto ultimamente, ficado sem fôlego ao subir apenas alguns degraus ou não aguenta caminhadas mais longas, é possível que seu corpo esteja necessitando de ferro, especialmente, se for mulher – porque os nossos ciclos exigem mais ferro mensalmente.


O ferro é uma substância de papel fundamental em nosso organismo, uma vez que atua na formação das células sanguíneas , ajuda no transporte e armazenamento de oxigênio nas células e na síntese de energia. E, apesar de diversas pessoas não enxergarem o ferro como um nutriente importante, é surpreendente o fato do ferro ser uma substância cuja deficiência nutricional é bastante comum. Quase 10% das mulheres sofrem deficiência de ferro. E a ingestão abaixo do ideal desse mineral pode ocasionar sintomas como dificuldade de concentração, cansaço excessivo, perda de apetite, queda de cabelo e anemia.

Por ser um importante componente da hemoglobina, substância presente nos glóbulos vermelhos responsáveis por transportar o oxigênio dos nossos pulmões por todo o corpo, o ferro apresenta grande influência sobre o nosso sistema imunológico e pode interferir, inclusive, na saúde de nossas células do cabelo, pele e unhas.

As nossas necessidades de ferro variam ao longo da vida e de acordo com o gênero, idade e saúde geral. Os bebês e crianças, por exemplo, necessitam ingerir mais ferro do que adultos, já que seus corpos crescem de maneira rápida. Durante a infância, tanto os meninos quanto as meninas necessitam de quantidades de ferro iguais (10 miligramas por dia entre idades de 4 a 8 anos, e 8 miligramas diariamente entre os 9 e 13 anos).

A partir da adolescência, as mulheres necessitam de quantidade de ferro maiores, já que elas perdem sangue todos os meses por conta da menstruação. Este é o motivo pelo qual mulheres cujas idades variam de 19 a 50 anos necessitam da obtenção diária de 18 miligramas de ferro, enquanto os homens da mesma faixa etária necessitam de apenas 8 miligramas diariamente.

Após a menopausa, a ingestão de ferro pode ser reduzida a 8 miligramas por dia, igual aos homens.

É possível detectar a anemia por meio do exame de sangue, denominado hemograma. Em cirurgias bariátricas restritivas e disabsortivas como na cirurgia do Bypass Gástrico em Y de Roux ou na Derivação Bileopancreática, há a diminuição da ingestão de ferro e também sua absorção diminui já que o alimento não vai mais passar pela parte inicial do intestino (duodeno e jejuno proximal), principais sítios de absorção do ferro e também pela diminuição na produção do ácido gástrico, que favorece a absorção do ferro. O paciente poderá ser orientado a repor essa carência com medicamentos orais (Neutrofer, Combiron, Sulfato Ferroso, etc.) ou por via venosa (Noripurum).

A anemia pode afetar pacientes submetidos à cirurgia bariátrica, sendo geralmente provocada pela deficiência de ferro. Nestes pacientes, submetidos à cirurgia de obesidade, a quantidade de ingestão diária de ferro elementar (sulfato ferroso ou fumarato ferroso) deve atingir 40 a 100 mg/d.

A quantidade de ferro presente nos polivitamínicos do mercado atualmente contém de 10 a 20 mg de ferro cada, o que pode não evitar a deficiência do mineral em pacientes que foram submetidos a cirurgia bariátrica, principalmente em mulheres com menstruação abundante, seja na duração ou na intensidade.

É importante considerar as características de absorção do diversos tipos de suplementação de ferro disponíveis no mercado:

·         Sulfato ferroso (Fe++), cujo comprimido de 300 mg contém 60 mg de ferro elementar. Apenas 20% de ferro elementar e apresenta maiores efeitos gastrointestinais.
·         Fumarato ferroso (Fe++), comprimido com 200 mg de Fe++ equivale a 66 mg de ferro elementar por comprimido. 33% de ferro elementar, geralmente bem tolerado pelos pacientes, e apresenta boa absorção do mineral.
·         Gluconato ferroso (Fe++), comprimido com 300 mg corresponde a 36 mg de ferro elementar por comprimido. 12% de ferro elementar.
·         Sacarato de hidróxido de ferro III (polimaltosado) comprimido com 330 mg e 100 mg de ferro elementar por comprimido. 30% de ferro elementar
·         Ferronil: 98% de ferro elementar, ferro elementar, com partículas bem reduzidas.

O ideal é que o suplemento de ferro seja acompanhado de vitamina C e de frutooligossacarídeos (fibra dietética solúvel) para prevenir a constipação, melhorar a flora intestinal e proporcionar melhor absorção do mineral.

Quanto à tolerabilidade a suplementação de ferro oral, cerca de 10% a 40% dos pacientes apresentam efeitos adversos intensos e não toleram a suplementação de ferro por via oral.

Os efeitos colaterais da suplementação oral estão relacionados ao trato gastrointestinal com sintomas epigástricos, como náuseas, vômitos, epigastralgia e dispepsia, diarréia ou obstipação. Tais sintomas se devem, com frequência, à dose utilizada e não ao composto em uso, embora as preparações de liberação lenta (ferro polimaltosado) sejam melhor toleradas.

A administração após as refeições é de maior aceitabilidade do que a em jejum, embora esta última apresenta melhor absorção.

Quando o tratamento oral não obtiver resultados, ou for constatada uma anemia grave, doses intravenosas de hidróxido de ferro-sacarose são necessárias (20 mg de ferro elementar por ml).

O ferro também pode ser encontrado nos seguintes alimentos: carnes vermelhas, de ave e de peixe, fígado de qualquer animal, grão-de-bico, ervilha, lentilha, agrião, beterraba, cereais, aveia, castanhas, nozes, feijão. E nas frutas também: morango, kiwi, laranja, manga, limão, uva, acerola, goiaba e ameixa seca.

Então, consulte seu médico e verifique suas taxas.

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