A MELATONINA E A QUALIDADE DO SEU SONO
Uma vez, reclamando de insônia, fui questionada por
um amigo: que horas você dorme e que horas você acorda?
E sabe o que descobri?
Eu não tinha insônia, eu acordava mais cedo que a
maioria das pessoas.
É normal, cada um tem um ciclo e uma necessidade e
muitas vezes, ela não é o padrão de 8h à 10h de sono como a gente sonhou ser
ideal.
O sono serve para recarregar as nossas energias e
garantir disposição.
A quantidade de sono
ideal afasta problemas como cansaço, falta de
concentração, ansiedade e até ganho
de peso.
Mas tenho certeza que você já experimentou dormir
demais para compensar e viu que não adiantou e que, talvez, tenha ficado até
com desconforto por isso. E sabe por quê? Porque existe o “tempo ideal” de sono
para cada etapa de nossas vidas. E para ficarmos em equilíbrio temos que
respeitar a média de sono diário e ela é diferente para cada pessoa.
Segundo uma pesquisa
realizada pela instituição americana National Sleep Foundation, coordenada pelo
professor de Harvard, Charles Czeisler, e publicada em 2017, conforme a idade
aumenta, a necessidade de sono diminui. Enquanto um bebê precisa dormir cerca
de 12 horas, um adulto necessita de 7 a 9 horas em média (o que dificilmente é
respeitado, não é mesmo?).
Isso acontece porque é
durante esse repouso que alguns processos metabólicos específicos ocorrem e sem
eles corpo e a mente podem ficar em desequilíbrio.
Mas se no meu caso era só uma questão de fuso
pessoal, há milhares de pessoas que estão sim, sofrendo pela falta de sono.
Principalmente pela ansiedade exacerbada de que não têm tempo suficiente, o que
converge para a busca incessante de estímulos visuais, uma vez que o sono,
propriamente dito, não chega e ela acredita que precisa – a qualquer custo –
relaxar.
Mas esse é o nosso grande erro. Nós precisamos criar
uma rotina que proporcione um sono reparador.
E para garantir uma boa noite de sono existem
algumas regrinhas que devemos seguir como: evitar o celular horas antes de
dormir, manter o ambiente agradável, sem barulho ou luzes, estabelecer uma
rotina com horário certo para ir deitar todos os dias entre outros tantos
recursos que podem ajudar nesse processo como, talvez, o uso do hormônio
melatonina.
No centro da nossa cabeça, bem no meio do cérebro,
existe uma estrutura do tamanho de uma semente de laranja. É a glândula pineal,
que o filósofo francês René Descartes (1596-1650) considerava a morada da alma,
e os hindus, a sede de um dos chacras mais importantes do corpo. É ali,
conforme a ciência desvendou depois, que se produz o hormônio da noite, a
melatonina.
Uma substância que já foi copiada e sintetizada pelo
homem e está cada vez mais em evidência nas pesquisas e no mercado. Enquanto no
Brasil ela começa a dar as caras, nos Estados Unidos é largamente encontrada. E
vendida, sobretudo, com a promessa de um sono melhor.
Fabricada pelo corpo, a melatonina não só regula o
momento de dormir como participa da reparação das nossas células, expostas a
estresse, poluição e outros elementos nocivos. Ela é um antioxidante poderoso e
combate os radicais livres que agridem o organismo.
Na realidade, a substância está entre as mais
primitivas de que se tem notícia e aparece em todos os seres vivos, incluindo
as plantas.
A melatonina é o hormônio da noite e em sincronia
com o fim do dia e da luminosidade, ela passa a ser liberada a fim de preparar
o organismo para o período noturno. A resposta a esse fenômeno varia de acordo
com a espécie: ratos ficam espertos e ativos para procurar comida, a gente quer
ir para a cama.
A melatonina sintética é uma molécula igualzinha à
versão natural. Em terra americana, é vendida como suplemento alimentar – daí a
alta disponibilidade. Na Europa e em outros países, porém, o controle é mais
rigoroso.
É o caso do Brasil. No momento, nenhuma farmacêutica
tem licença para produzir e comercializar a substância por aqui. Até lá, só há
dois meios de ter acesso à melatonina: via farmácias de manipulação, que
obtiveram o direito de formulá-la em 2017, ou trazendo de fora.


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