QUANDO A COMIDA TE FAZ REFÉM!
De tudo o que aprendi e faço questão
de ensinar, a influência da emoção na alimentação, é sem dúvida, meu tema
preferido.
Porque mudar a alimentação implica em
muitos fatores, entre eles, o fato de perceber que alguns alimentos entraram
para a nossa vida quase que ao acaso, num momento oportuno de carência, medo,
solidão ou, até mesmo, paixão.
Pare e pense…
Devorar uma caixa de bombons depois
de um fora...
Fazer um exame sem chorar para ganhar
um pirulito...
Ir para a casa da avó para comer
coisas gostosas...
Beber um drink ou uma cerveja depois
de um dia estressante…
Sem falar naquelas situações em que
não estamos nos sentindo bem com a gente mesmo, e comer coisas que sabemos que
não são saudáveis acaba funcionando como uma forma de nos punir. Ou ainda, de
dizer ao mundo, DANE-SE, eu faço o que eu quiser!
E quem faz uma dieta e perde peso?
Será que só porque conquistou o emagrecimento vai conquistar automaticamente
uma mentalidade que não lida com as emoções através da comida?
Não mesmo! A maioria das pessoas
supervaloriza os aspectos mais técnicos da dieta, como a divisão dos
macronutrientes, as quantidades, os cardápios… E esquece de olhar para o
emocional e de aprender a trabalhar com as suas emoções para conquistar hábitos
de alimentação saudável.
Não que seja possível acabar
totalmente com a questão do comer emocional, mas é possível ganhar consciência,
analisar o que acontece e criar autonomia nesse processo. No fim, emagrecer e
manter o peso sob controle tem muito mais haver com emoção que com dieta.
Você já se pegou comendo para afogar
mágoas? Para tentar esquecer algum assunto que não sai da sua cabeça? Ou por
causa de ansiedade, rejeição, tristeza, tédio ou vontade de procrastinar uma
tarefa importante?
Quando você come por motivos que não seja
fome, são grandes as chances de estar lutando contra os seus sentimentos usando
a comida como arma, que é o que chamamos de comer emocional.
Como a maioria dos seres humanos, a
minha alimentação também é influenciada pela maneira como eu me sinto.
E pode até parecer difícil, porque
não há como acabar totalmente com o comer emocional, mas é mais que possível
criar estratégias para lidar com essas questões sem prejudicar a saúde ou a
vida como um todo.
Porque da mesma forma como a comida
agrega, a comida isola – e não podemos ter medo dela, mas precisamos entender o
que nos faz perder o controle sobre ela.
E nesses anos mantendo o peso sob
controle com a alimentação low carb, eu percebi que existem certas verdades
sobre a comida e as emoções, e o fato de eu ter aprendido a lidar com essas
verdades é grande parte do motivo pelo qual eu sigo firme e forte mantendo meu
peso equilibrado.
Com a era das redes sociais só
estamos em contato com os momentos felizes das pessoas e isso pode passar a
impressão de que só a gente tem momentos não tão felizes.
Se blinde contra essa ilusão!
Expresse seus sentimentos, permita-se
ouvir elogios e gostar deles, mesmo que sejam feitos por você, diante do
espelho!
Você não tem nenhum compromisso com a
perfeição!
Aceite que você terá dias ruins – é
assim com todo mundo, mesmo com a pessoa mais linda e rica do mundo.
Você tem o direito de se sentir mal e
colocar isso pra fora sem se esconder na comida.
O primeiro passo para aprender a
lidar com o comer emocional é ganhar consciência de como ele se manifesta em
você.
Aprenda distinguir o que é fome
(sinal fisiológico), do que é vontade de comer (algo que você gosta, mas não
come há tempos) e o que é comer emocional (comer para aliviar sentimentos).
Quando sentir que está comendo por
algum motivo que não é fome, pare e analise seus sentimentos: será tédio,
ansiedade, tristeza, rejeição, procrastinação?
De onde esse sentimento está vindo?
Existe alguma realidade que você está precisando enfrentar, mas não tem
coragem?
O que você vai de fato fazer a
respeito disso? Não vale comer! Porque comer é só um conforto temporário.
Outra parte importante desse processo
de ganho de consciência é transformar os erros em aprendizado – e essa
mentalidade vale pra vida.
Em vez de jogar tudo pro alto a cada
escorregada, mentalize e perceba como lutar contra os sentimentos com comida é
improdutivo e planeje estratégias reais e efetivas para lidar com as suas
angústias.
Sei que não vai ser fácil. Mas alguém
disse que seria?
Quem acompanha o meu trabalho sabe
que eu falo bastante sobre o poder do hábito, e não é à toa.
Os hábitos são como instruções que o
nosso cérebro grava, e que executamos sem pensar, como buscar algo para
mastigar quando nos sentimos com tédio.
Não permita que o comer vire algo
automático para você!
Conheça bem os seus gatilhos, os
sentimentos ou situações que fazem você procurar conforto na comida com mais
frequência.
Muitos anos de experiência não
significam que não vou mais sentir vontade de comer algo totalmente fora do que
eu planejei para afogar as mágoas – a única diferença é que hoje eu consigo
perceber e falar pra mim mesma: “isso não vai resolver nada!”.
A gente vem há décadas
lendo revistas femininas que mostram modelos magérrimas retocadas com
photoshop, como se isso fosse um padrão que devemos seguir.
Então não é fácil, mas é essencial para superar isso tirar o
foco da estética e do corpo perfeito e coloca na saúde e no bem estar.
Você também precisa ter muita atenção com o seus diálogos internos.
Você se deprecia?
As coisas que você fala
pra você, diria para uma pessoa que é sua amiga?
Se não, por que se
tratar com tanta crueldade?
Experimente se perdoar e
seguir em frente.
Uma ideia que eu adoro é a dos rituais pessoais de cura. São
pequenos ou grandes gestos que você sabe que vão te agradar (fora a comida!).
Por exemplo: crie um ritual que inclui algo que você adora, como
tomar um banho caprichado escutando músicas felizes, passar um hidratante,
pintar as unhas.
Quando a gente começa e vai pegando gosto por se alimentar de
forma consciente, é natural passar a ver alguns alimentos como um inimigo
mortal a ser combatido, mas é preciso dosar essa atitude para não acabar
deixando o seu projeto de emagrecimento ir por água abaixo, porque, muitas
vezes, o que é proibido pelo simples fato de ser proibido acaba se tornando
mais gostoso e tentador.
Para não viver numa mentalidade de eterna privação, planeje
exceções se você acha que precisa delas.
Porém é muito importante passar um tempo sem as comidas que você
acha que não pode viver sem, só para perceber o quanto disso é apenas força do
hábito e o quanto é realmente adorar aquela comida!
E, depois, fazer do
consumo desses alimentos algo eventual, pois é preciso saber fazer escolhas.
Tem algumas comidas que
eu continuo gostando muito, mas não gosto de como aquela comida me faz sentir e
dos sintomas que ela provoca no meu corpo. E tudo bem se a minha escolha pesar
a favor dela – será uma decisão pensada e não emocional. O contrário também é
verdadeiro, porque para quem tem um propósito firme de conquistar uma
alimentação saudável e sabe pensar em longo prazo, fica mais fácil dizer não
sem sofrimento.
Analise o que pesa mais para você: conquistar a saúde e a
liberdade de ter um corpo mais leve, ou viver as consequências de escolhas
erradas?


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