CÉREBRO E INTESTINO - ENTENDA ESSA CONEXÃO
Pode parecer estranho,
mas o ser humano tem dois cérebros. O encefálico, que dá o poder de pensar,
planejar e falar, e um segundo, localizado centímetros abaixo, no intestino.
Isso mesmo. Tirando a ausência do intelecto, o funcionamento de ambos são bem
parecidos e eles estão interligados.
O intestino possui
cerca de 100 milhões de neurônios. E é
também o sistema que mais está exposto ao meio ambiente e, portanto é o mais
sensível a substâncias agressivas. Possui uma enorme capacidade para selecionar
os nutrientes necessários ao funcionamento do organismo e impedir a absorção
dos seus agressores. Por isso a importância da integridade fisiológica e
funcional desse sistema.
Toda vez que um
indivíduo é submetido a um estresse, medo ou ansiedade, por solidariedade, o
cérebro intestinal também sofre reações e isso pode causar um conjunto de
alterações no suco digestivo, como úlcera, gastrite, diarreia ou constipação.
É fundamental o
entendimento de que o nosso organismo não reconhece o alimento, e sim o
nutriente desse alimento. Portanto, precisamos garantir e otimizar todas as
condições adequadas para que o alimento ingerido, digerido para liberar os
nutrientes para serem absorvidos e utilizados como matéria prima para o
organismo.
A mucosa intestinal
também é fundamental para o sistema imunológico, possui componentes da mucosa
intestinal como IgA secretora, tecido linfoide intestinal (GALT) e células
efetoras como macrófagos, mastócitos e
linfócitos, atuarão intensamente no combate às substâncias estranhas ao
organismo, inclusive alimentos mal digeridos.
A microbiota
intestinal é um dos fatores que ajudam a manter a integridade da parede
intestinal. É constituído por boas bactérias (probióticas) e más bactérias
(patogênicas), as boas sempre em maior quantidade quando existe um organismo
saudável.
Uma microbiota
saudável é responsável, por:
- Inibir o crescimento
das más bactérias;
- Favorece a absorção
dos nutrientes e inibe a absorção de substâncias estranhas ao organismo;
- Produz vitaminas K,
vit. B5, vit. B6, ácido fólico e B 12 no cólon;
- Síntese de enzimas
digestivas;
- Melhora sistema
imunológico.
Algumas estratégias
nutricionais são importantes para manter uma microbiota intestinal saudável com
o objetivo de melhorar a saúde e prevenir doenças como, obesidade, diabetes,
inflamação, esteatose hepática e disfunção no sistema imune.
Dicas essenciais para
manter o intestino saudável:
1- Consumir fibras de
legumes e verduras cruas, frutas, sementes e grãos integrais;
2- Alimentos
prébióticos, como: chicória, alcachofra, cebola, alho, aspargos, espinafre,
banana, farinha de banana verde, aveia, psyllium;
Probióticos: iogurte,
suplementos, missô, kombuchá e kefir;
3- Alimentos ricos em
polifenóis (inibem as bactérias patogênicas), frutas, legumes, chás cereais e
café;
4- Evitar o excesso de
carne vermelha, leite, glúten, gorduras saturadas, adoçantes, frituras,
aditivos alimentares, manteiga, linguiça, bacon, nuggets, parmesão;
5- Tomar muita água 30
a 50ml de água por Kg de peso corporal
6- Pratique uma
atividade física, evite o uso indiscriminado de medicamentos, melhore a
qualidade do sono e module o estresse.
E caso ele não
funcione bem, todo o nosso organismo será comprometido – ou seja, ele tem
impacto na saúde física e mental.
Mas, por quê?
É fundamental entender
esta conexão com a mente. É no intestino que ocorre a produção da maior parte
de serotonina - um importante neurotransmissor[1] a ser utilizada pelo corpo.
Quando liberada no organismo representa importantes funções: atua
na regulação do sono, humor e vias sensoriais de nosso corpo, controlando
também a sensação de saciedade[2]. Ela exerce a sua ação biológica através da
ligação ao receptor de serotonina (HTR).
Um intestino que não funciona corretamente deixa de nutrir o organismo e
entre os prejuízos também está a queda na produção de serotonina. Portanto,
este quadro, aliado a uma predisposição genética, e um ambiente favorável para
desencadear doenças como a depressão. Ambiente este rico em estresse, situações
que gerem ansiedade, tristeza.
Tudo isso intimamente relacionado com a saúde mental. Para controlar
processos depressivos, que geralmente estão acompanhados por estresse, é
recomendado o consumo alimentos ricos em triptofano e suplementos de ômega
3[3], pois o primeiro ajuda a diminuir a ansiedade, perturbações do sono e
crises depressivas.
Existem alimentos que contêm triptofano e são muito importantes para
manter regulares os níveis de serotonina. Esse equilíbrio é benéfico para nossa
saúde porque contribuem para o bom humor e sensação de bem-estar. Dentre eles
estão carne, peixe, ovo, damasco, amendoim, castanha de caju, amêndoa, abacate,
banana, couve-flor, leite e seus derivados.
Intestino saudável é sinônimo de humor 100%, corpo nutrido e saúde física e mental em dia.
Referências:
[1] Namkung, Jun, Hail Kim, and Sangkyu Park. “Peripheral Serotonin: A New Player in Systemic Energy Homeostasis.” Molecules and Cells 38.12 (2015): 1023–1028. PMC. Web. 29 May 2017.
[2] Jenkins, Trisha A. et al. “Influence of Tryptophan and Serotonin on Mood and Cognition with a Possible Role of the Gut-Brain Axis.” Nutrients 8.1 (2016): 56. PMC. Web. 29 May 2017.
[3] Grosso, Giuseppe et al. “Role of Omega-3 Fatty Acids in the Treatment of Depressive Disorders: A Comprehensive Meta-Analysis of Randomized Clinical Trials.” Ed. German Malaga. PLoS ONE 9.5 (2014): e96905. PMC. Web. 30 May 2017.
[1] Namkung, Jun, Hail Kim, and Sangkyu Park. “Peripheral Serotonin: A New Player in Systemic Energy Homeostasis.” Molecules and Cells 38.12 (2015): 1023–1028. PMC. Web. 29 May 2017.
[2] Jenkins, Trisha A. et al. “Influence of Tryptophan and Serotonin on Mood and Cognition with a Possible Role of the Gut-Brain Axis.” Nutrients 8.1 (2016): 56. PMC. Web. 29 May 2017.
[3] Grosso, Giuseppe et al. “Role of Omega-3 Fatty Acids in the Treatment of Depressive Disorders: A Comprehensive Meta-Analysis of Randomized Clinical Trials.” Ed. German Malaga. PLoS ONE 9.5 (2014): e96905. PMC. Web. 30 May 2017.


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